BURRO DO OURO
A obra de arte, como também a construção do mirante, são iniciativas da Prefeitura Municipal de Rio Preto para estimular os turistas a ver o Burro do Ouro, conhecer a sua história e contemplar as montanhas e vales da Serra do Funil, no Parque Serra Negra da Mantiqueira.

A primeira vez que ouvi essa história foi do Brás, já falecido e um dos moradores mais ilustres e folclóricos do Funil. Brás dizia ter 140 anos (isso quando tinha 88), dos quais, falava: “80 são de vida e 60 de experiência dos meus antepassados”, trecho da entrevista ao jornal “O Vale Riopretano, em junho de 1994, edição nº 09”.

Próximo à também lendária “Cruz do Negro”, outro lugar de história folclórica do Funil, está situado o Burro do Ouro, na divisa entre Rio Preto e município de Olaria. O lugar é um despenhadeiro. Contava Brás que por ali passavam as tropas de burros com carregamentos de ouro e diamantes trazidos de Vila Rica (Ouro Preto) com destino ao Rio de Janeiro, sede do Império.

“- Num determinado dia, a tropa se assustou e um dos burros caiu de cima do despenhadeiro e até hoje ninguém desceu lá em baixo para procurar o ouro” – dizia, rindo o Brás. Verdade ou não essa história, o fato é que a lenda caiu na boca do povo e até hoje o lugar é chamado de Burro do Ouro.

De vez em quando, um ou outro se entusiasma em fazer uma expedição ao dito despenhadeiro para procurar o ouro. Pode ser que achem o precioso metal, mas certamente não acharão o burro que, agora, está bem vivinho no mirante da Serra do Funil.

Fonte: jornal O Vale Riopretano

A Escultura
O Burro do Ouro é uma obra sob encomenda, realizada pelo artista plástico Paulo Brito Tavares que, ao longo dos últimos meses trabalhou em seu ateliê, no povoado de Três Cruzes, para dar vida à escultura em ferro chato, em tamanho natural, que pesa cerca de 400 quilos.

Rio Preto
Uma história para além dos 150 anos

Um mar de montanhas, belos vales e matas, aos pés da Serra Negra da Mantiqueira.
O Vale do Rio Preto é também conhecido como o Vale Proibido. Uma história permeada de lendas e mistérios, que tem início no período colonial, na época em que a exploração do ouro ditava os rumos do império.

O caminho por entre o belo Vale era também o mais curto entre as regiões mineradoras e os portos do Rio de Janeiro. A fim de impedir a abertura de caminhos alternativos que facilitassem o contrabando do ouro sem o devido pagamento do imposto, a Coroa Portuguesa baixou um decreto denominando a região como ‘Arias Prohibidas’.

Apesar da proibição, o caminho pelo ‘Sertão Proibido’ foi amplamente utilizado para contrabando do ouro, servindo como desvio das vigiadas rotas dos Caminhos Reais – tanto o Velho quanto o Novo.

Quando o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire percorreu essas paragens, em meados de 1822, o então Caminho do Contrabando já havia se tornado Caminho do Comércio – uma variante que foi aberta por volta do ano de 1813 para facilitar o trânsito de comerciantes e tropeiros entre São João Del Rei e o Rio de Janeiro, e levava a produção agrícola do interior para o litoral.

Tendo como população nativa os índios Coroados, Rio Preto nasce como um pequeno povoado margeando o rio Preto, num vasto território que se estendia da vertente sul da Mantiqueira até a bacia do rio Paraíba do Sul.

No início do século XIX, com o esgotamento da mineração, a produção cafeeira começa a se expandir para além dos arredores do Rio de Janeiro, chegando até Minas. Rio Preto protagoniza importantes períodos da história colonial brasileira. Da exploração do ouro aos barões do café, com suas fazendas monumentais, o Vale do Rio Preto teve seu período de glória com a produção cafeeira, deixando um legado arquitetônico e cultural também por aqui. A criação de gado e a produção leiteira vieram em seguida e, ainda hoje, figuram como a principal atividade econômica da região.

Cerca de 300 anos depois, o Vale Proibido agora quer se tornar conhecido pelo inestimável valor de seus belos vales, montanhas, matas e cachoeiras, floreados pela rica história cultural e arquitetônica que circundam a região.

Parque Estadual Serra Negra da Mantiqueira

Recentemente criada, a unidade de conservação do Parque Estadual Serra Negra da Mantiqueira é considerada um remanescente único de floresta de mata atlântica de altitude.

Muito dessa riqueza natural pode ser encontrada e desfrutada na Serra do Funil. Dezoito quilômetros serra acima, tendo como ponto de partida Rio Preto, a estrada de terra cheia de curvas quase obriga o espectador à contemplação constante – da serra que vai se descortinando, dos riachos que vão se desenhando, do olhar que se perde na imensidão de morros.

Uma vez na Vila do Funil, o tempo parece parar e a conversa despretensiosa com os moradores apresenta os encantos da região – quase todos cuidadosamente escondidos pela caprichosa natureza. Aqui e acolá, tem cachoeira diferente – da Água Amarela, da Água Vermelha, da Amorosa, do Café!

Circuito Turístico Serras de Ibitipoca

A região de Rio Preto está atualmente inserida no Circuito Turístico Serras de Ibitipoca, implementado pelo Ministério do Turismo e Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, em 2006, e que compreende a região da Serra da Mantiqueira onde se encontram o Parque Estadual de Ibitipoca, Parque Estadual Serra Negra da Mantiqueira, APA Boqueirão da Mira, Planalto do Alto Rio Grande, Vale do Rio Preto e Vale do Rio do Peixe.

O Circuito abrange os municípios de Rio Preto, Lima Duarte, Bias Fortes, Ibertioga, Santana do Garambéu, Santa Rita de Ibitipoca, Olaria, Santa Rita de Jacutinga, Arantina e Bom Jardim de Minas e tem como objetivo fomentar o turismo, auxiliar os municípios na gestão pública da atividade, fortalecer o tecido empresarial do setor, incentivar a criação e gestão de Unidades de Conservação da Natureza e facilitar a utilização do potencial ecoturístico, o turismo rural e o turismo histórico-cultural do território.

Links relacionados:

www.circuitoserrasdeibitipoca.com.br

www.voltadastransicoes.com

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